Vitrines Da Vida

Naquela sexta-feira

Tudo aconteceu naquela sexta feira, que até aquele momento parecia ser apenas mais uma. Mas não!

Eu estava parado no ponto de ônibus depois de um dia cansativo e só desejava chegar logo em casa e tomar “aquele banho”.

Nisso, se sentou ao meu lado uma bela moça, que aparentava ter seus vinte anos, era alta, dona de uma pele lindamente dourada, cabelos longos e olhos verdes mais do que misteriosos.

Fiquei por alguns instantes paralisado com a beleza e a energia que esse ser transmitia.

Seus movimentos era tão dissecados, que para mim, assumia uma importância imensurável. De cara, pedi o seu número de telefone, para meu encanto, aceitara me passa-lo, sem receio.

Neste momento, meu ônibus havia chegado e com tanta pressa, me despedi, apenas com um sorriso.

Dentro no ônibus me lembrei que não havia perguntado o seu nome, embora pra mim naquele momento isso pouco importasse. Chegando em casa, a primeira coisa que fiz, após meu banho, foi ligar para ela.

E assim começou o meu desespero, não conseguia completar a ligação, aliás o número que me passara parecia não ser válido. Apressadamente liguei para operadora de telefonia e perguntei sobre aquele número, ao qual me informaram que o mesmo há muito tempo não mais existia. Fiquei louco, naquele momento me tomei de raiva, medo, choro, tudo me invadia, meus sentimentos se confundiam dentro de mim. Eu queria aquela moça. Sentia ela, parte de mim. Precisa tê-la.

Acendi um cigarro e abri uma garrafa de uísque. Não podia pensar em mais nada a não ser nela…

Como é ruim ser invadido por pensamentos inconceptos, desses que muitas vezes não é nada do que a gente pensa.

Dizem que o bandido sempre volta ao local do crime, são sempre sábios os ditos populares.

Eu também voltaria aquele ponto todos os dias no mesmo horário, certamente a encontraria novamente, dessa vez não deixaria de convidá-la para um drinque.

Foi o que fiz.

Uma semana. Quinze dias. Um mês… o tempo ia passando dilacerando minha esperança, por fim, fui entendendo a realidade, afinal eu estava tomado por um sentimento platônico, como poderia pensar tanto em alguém que sequer sei o nome. Que sentimento é este que me perturba a todo instante? Que me causa uma sensação incompreensível.

Ah, aquela imagem jamais deslembrarei, mesmo que passe anos. E um ano se passou, assim, tão depressa.

Foi quando minha esperança cessou e meu coração já não mais descompassava, inesperadamente me deparei com ela.

Sorrir sem querer. Fui invadido por tantas vontades.

__ Olá – disse ela – Não me ligou, hein?

__ Lembra de mim? – indaguei surpreendido.

__ Claro, seu sorriso jamais esquecerei. Afinal nem nos apresentamos. Sabrina –   estendeu-lhe a mão.

__ Toma um suco comigo?

A seguir tudo foi se esclarecendo, na pressa eu anotara o número do telefone errado.

Falamos sobre nossas vidas.

Levei-a ao ponto. Anotei o número certo, dessa vez.

Encontramo-nos no final de semana seguinte. O primeiro beijo foi inevitável. Eu sentia seu gosto, sua pele quente. Quase não segurei o meu louco desejo.

Agora, três anos depois, diante de centenas de pessoas, na principal catedral da cidade, a espero ansiosamente no altar.

 

(A parte do texto do convidado foi editada, adequada e revisada)

 

 
Facebook do convidado:https://www.facebook.com/christianolima.seifert.9  

COMENTE

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.