Vitrines Da Vida

Antes que se apague

Não podia de jeito nenhum apaixonar-se por ele.
Mas não conseguia reprimir a vontade do seu descompassado coração.
Há tempos não se envolvia com um homem tão interessante.
Bonito.
Charmoso.
Gostoso.
Tinha tudo que Débora gostava.
A beleza lhe foi outorgada da cabeça aos pés.
Agora, se corroía na duvida de encontrá-lo ou não.
Apreciava suas fotos no álbum de uma rede social.
Fantasiava seus toques, seus beijos e seu desempenho.
Tinha total conhecimento de quem ele era, de sua escolha.
E não concordava com nada, porém a paixão ignora os defeitos.
Cega.
Domina.
Atina fogo em água.
Caiu em seus braços numa tarde de chuva.
Sentiu sua pele quente.
Seu abraço aconchegante.
Seu beijo comprado.
Tudo acontecera de forma muito perfeita.
A paixão que queimava no peito foi aliviada na cama, num ato frenético e necessário para ela.
Tivera a certeza – o queria mais do que tudo.
Não poderia, não deveria, não se permitiria, mas estava apaixonada.
E nada melhor do que viver uma paixão, curtir uma paixão com todos os pecados que esse efeito oferece.
Mesmo que isso tenha um preço.
Mesmo que fuja da sua tradicional vivência.
Mesmo que seja somente um momento perdido nas horas.
Mesmo que cause uma saudade – gostosa de sentir.
A paixão lhe trouxe de volta atitudes há muitos anos esquecidas.
A paixão acende a chama da vida.
O melhor é vivê-la antes que se apague.
Débora se entregou a Caio sem pudor.
Entregou-se com muita reserva e não percebeu – seu encanto por ela.
Quem dera pudéssemos saber o pensamento do outro.

COMENTE

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.