São casados há tantos anos, mesmo assim a chama do desejo não se apagava, pois amor sempre sentiu.
Ela e ele.
Clara é uma bela mulher por volta dos trinta anos. A vaidade destaca mais ainda sua beleza natural, trajando casualmente renomados estilistas internacionais, perfumes bem escolhidos; num salão de beleza passa as quartas-feiras cuidando do corpo, da pele, das unhas e do cabelo.
É imoral sua beleza.
É impossível evitar os olhares dos homens que arrancam suas roupas nos pensamentos, mas ela, por um tempo, se voltou para o esposo.
Exclusivamente dele…
Homem de beleza comum, fiel, interessante e bom de cama.
A medida perfeita para um bom casamento.
Cama é essencial também.
Ambos carregam essa convicção.
Depois do latejar dos anos com imensa discrição Clara algumas vezes passou a ceder aos encantos alheios.
Turismo em outras camas.
Sente novos corpos.
Aspira incomuns cheiros.
Mãos ousadas.
Famintos beijos.
Inéditas carícias.
Interessantes gemidos de prazer.
O encontro dos corpos proporcionado pelo desejo é abundantemente intenso, é extremamente interessante, é com intensidade realizador.
É uma nova viagem.
Conhece-se novas paisagens dessas que ficam guardadas nas memórias, eternamente, como se fosse uma fotografia antiga.
“O gemido de cada homem mostra a sua satisfação na hora do orgasmo” – dizia ao se lavar após o ato.
Voltava para casa completa, realizada e pronta para satisfazer o seu amor.
“É necessário fazer algo para sair da rotina” – dizia a si mesma.
E saía quando podia.
Algo que renovava seu desejo pelo esposo.
Algo que a fazia realizá-lo.
Como se fosse a primeira vez.
A primeira vez após cada nova aventura.