Vitrines Da Vida

Perdendo seu tempo

Momentos preciosos se perderam na maré da desilusão.
Restaram-lhe lágrimas.
Lágrimas de amor, lágrimas de dor.
Não sabia que fora tão feliz.
Bem dizem – a gente só dar valor quando perde, seja lá o que for.
Amor também se quebra assim como uma taça de cristal.
Sete anos de casamento.
Em certos dias queimavam juntos, em outros sequer se tocavam, nem mesmo um beijo ou um “eu te amo”, coisas essenciais a uma boa relação.
Fantasiar-se sozinho foi a perigosa arma dele.
Não a traia, mas no banho ou nos momentos que tinha uma oportunidade se fantasiava.
O resultado foi a queda do desejo.
Coincidentemente quando o procurava ele não conseguia ficar ereto.
Mulher nenhuma gosta de homem assim, já quer chegar e encontra-lo pronto, caso ao contrário a sensação de que o ato está sendo forçado fica mesmo no ar.
O ceifar não se fazia.
Preferiam ficarem sozinhos em suas camas frias.
O amor ia se desfazendo. Frio igual ao sol em dias intensos de inverno.
Vez e outra ainda conseguiam explodir juntos.
Tinham certeza de tantas coisas, porém já não carregavam mais a certeza dos seus sentimentos.
A vida seguia nublada.
Sem cor.
Nada tinha luz.
Entretanto viviam juntos, quando percebiam havia amanhecido.
A TV ligada. Ao redor ele.
Sente perdendo seu tempo, vendo os dias passarem.
Esse sentimento nada mais pode lhe dar.
Não sabe o que espera – uma traição – isso já ocorre com tanta frequência nos banhos dele.
Sente-se pequena.
Será que ele pensa assim também?
A noite caem no sono.
Desejo cego nada mais.

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