Vitrines Da Vida

Seu maior desejo

Sem nada para fazer, para não se enfadar, decidiu ir ao shopping apreciar as vitrines e quem sabe comprar algo conveniente.
Vestiu-se de forma casual, pegou o carro e cruzou a cidade serenamente.
Em poucos minutos estava no local desejado, o movimento sossegado, pessoas indo e vindo sem afobação alguma.
Entrou em uma livraria folheou alguns livros. Comprou “Anjo da Escuridão” de Sidney Sheldon, seu autor favorito, pois lia e relia seus romances incansavelmente.
Alguém tocou seu ombro, virou-se depressa e o coração acelerou. Perdeu o compasso.
__ Quanto tempo – disse ele afável.
Ela apenas sorriu e em seguida sentiu seu abraço. Estava diante do seu amor, seu anjo perverso. Seu maior desejo.
Aquele homem lhe tirava o sossego, mesmo casada sem querer, sem mais nem menos se pegava pensando nele.
E ele também pensava muito nela.
__ Vamos tomar algo – convidou-a de modo gentil.
__ Um chá alemão – insinuou ela.
__ Pode ser, eu tomo um suco natural.
Caminharam-se à uma cafeteria.
Sentaram-se frente a frente. Por um momento ela sentiu-se enfeitiçada. Observava aquela face ainda bela, aquelas mãos que tanto queria que a tocasse todos os dias.
Aquele perfume marcante.
__ Me conta como está… – impetrou.
__ Estou ótima – não era a realidade, era sua mentira, como mentira em toda sua vida, pois seu sorriso era somente um escudo que escondia seus lamentos, seus sonhos perdidos, suas realizações frustradas, sempre dizia “estou ótima”, no entanto por dentro estava ferida. Estava sem motivos para viver, estava… nem sabia classificar como estava.
__ Penso em você quando menos espero, só não te ligo porque não tenho seu número –  apagava o número do celular dela por causa da esposa que sabia e fingia não saber quem era o grande amor da vida do seu amor.
__ Já lhe dei esse número tantas vezes. Anota de novo – disse ríspida.
Ele pegou o celular e anotou.
E falaram sobre seus dias. Tanta empolgação.
__ Vamos sair daqui – convidou-a subitamente.
Sem pensar, concordou. Não poderia ser diferente.
__ Para onde você quer ir?
__ Me leve para onde quiser – falou depressa; “e me ama, me realiza” – pensou em seguida, ansiando intensamente.
Ele continuava elegante, mudara o visual e ficara melhor ainda, sempre bem vestido, completando seu estilo usava um relógio caro no pulso esquerdo.
Entraram num luxuoso motel.
Logo a abraçou fortemente. Como aquele abraço fazia bem a ela. Como esperou por isso novamente. Os lábios se encontraram tipo um relâmpago cortando o céu escuro.
Despiram-se aos poucos, a cada peça no chão a proporção do encontro das peles. Quentes, ansiosas por cada sensação dos toques dele e dela.
Enfim estavam nus.
Ela aspirou todo aquele corpo, sentia algo tão inexplicável, é impossível descrever.
Ele a penetrou devagar e com o passar dos segundos o ritmo se tornava frenético, causando gemidos, uma loucura deleitável.
Explodiram num orgasmo irracional. Realizador. Ele continuou dentro dela penetrando-a profundamente, como se quisesse estar ali dentro eternamente.
Chegara a hora de esperar um novo reencontro.
 

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