Moro numa rua próxima a um grande supermercado. Todos os dias por volta das dezenove horas é colocado para fora o lixo, logo, logo algumas pessoas da periferia , moradores de vários bairros ao redor, remexem os sacos cheios de restos de legumes, biscoitos, caixas de leite danificadas, iogurtes vencidos, requeijão cremoso, e todo tipo de alimento… ali naquele cenário lastimável fazem suas feiras. Como ratos famintos disputam cada item, cada grão, o pão deles do dia seguinte. Mulheres sofridas trajando roupas imundas, crianças de todas as idades, uma verdadeira escadinha, correm para lá e para cá, alegres por encontrarem “um” alimento.
É muito triste assistir a esta cena todos os dias! Até acredito que essas famílias sejam contempladas por algum programa social do governo – no valor  de mais ou menos R$ 115,00 – tão pouco em vista da necessidade de um ser humano. Um programa social votado por alguém que sequer sabe o significado da palavra fome, que jamais viveria com este valor, pois certamente é  o valor apenas de sua gravata. Seria esse beneficio somente uma esmola… uma boa ação para se sentir melhor diante do espelho?
E assim esses seres vão vivendo de restos…
Vão vivendo do que não serve para nada, senão o lixo.