Vitrines Da Vida

Certas verdades

Queria um amor eterno, primordial, sem nenhum ponto negativo.
Fez disso sua razão para amar.
Esquecera-se que muitas coisas não dependem somente de uma pessoa.
Eduarda precisava aprender a não deixar sua felicidade perdida no caminho de outro alguém.
Já se enganara diversas vezes, mesmo assim o erro se repetia.
Como dói a sensação de ser enganada.
Como dói saber certas verdade.
A verdade em tantos momentos é uma arma de fogo.
Eduarda levou um tiro no peito.
Confiara, no esposo, piamente.
Agora, sem mesmo querer soube que ele se envolveu com uma ex-namorada, dessas ditas insignificantes.
A realidade é outra.
Quem desdenha quer roubar – diz o ditado popular.
E seu marido desdenhava em excesso essa ex.
“Tenho ódio dela.” – dizia convicto, somente um escudo de palavras para esconder seu verdadeiro sentimento. Quartas intenções.
Pensando no que fazer, Eduarda se encontra na penumbra da sala.
Local bem decorado.
Aconchegante.
Uma linda cobertura na zona nobre da cidade.
No fundo uma canção de Adriana Calcanhotto.
Na mão um copo de suco.
O pensamento distante, confuso, triste e inseguro.
Raras vezes conseguira sufocar a verdade descoberta, porém desta vez dispusera tal esforço.
A verdade seria completa.
Sentiria-se morta, mas a morte é melhor do que o sofrimento, a dúvida e o engano.
Há tantas formas de morrer.
Tantas maneiras de matar um sentimento.
A morte não produz dor.
Traz calmaria.
Luto.
Com o tempo a lembrança vai se distanciando até não restar nada, tipo um móvel empoeirado bem limpo.
Esse era o preço.
Iria pagar sem medo.
No final estaria certa:
“Ele não merece o meu amor.”

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