Vitrines Da Vida

Nada do que sente

É uma mulher antissocial.
Adora a solidão.
Dona de exagerada beleza.
Cercada de luxo e glamour.
Sempre discreta desfila nos shoppings, em alguma tarde que se encontra de bom humor, figurinos de renomados estilistas, a fragrância de algum perfume importado fica por onde passa, inebriando agradavelmente o ambiente.
Nos dias que passam depressa feito chuva de verão, passa horas no computador.
Fez dali o seu mundo.
Amigos virtuais.
Paixões virtuais.
Nada do que sente. Nada do que realmente precisa para ser feliz.
Isso tudo é meramente uma fuga, fuga do verdadeiro amor.
E é assim desde que o conheceu. Nem se lembra – quanto tempo faz.
O que sabe é que o ama.
A cada novo amanhecer.
Nos dias de sua ausência total.
Quanta dor causa esse tipo de amor.
Amor que não se esquece!
Amor não correspondido.
Agora, no inverno frio precisa dele.
Sonhos sem razões. Como precisa encontrá-lo pelo menos no seu sonho.
Indaga a si mesma o motivo que se submete a essa situação.
Ele só a procura quando precisa de uma palavra, de um sorriso, de um simples olhar, de um ombro amigo.
Fora isso nem lembra que ela existe.
Na hora da farra com os amigos.
Na cama com a mal amada esposa.
Quando nada o perturba.
Esquece-a totalmente.
Ela sabe disso.

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