Um mercador mantinha um pássaro numa gaiola.
Estando de partida para o país do pássaro, perguntou-lhe se queria algo de lá.
O pássaro lhe pediu sua liberdade, mas esta lhe foi negada.
Então solicitou ao mercador que fosse a uma floresta e que anunciasse seu cativeiro aos pássaros livres que ali se encontrassem.
O mercador assim fez e mal se referira ao seu cativo, um pássaro selvagem semelhante ao que ele mantinha na gaiola caiu ao chão da árvore onde pousara, sem sentidos.
Pensando que o pássaro fosse parente do seu canário engaiolado, o mercador ficou pesaroso por ter sido o causador daquela morte. Regressou a seu lar e então o pássaro cativo-lhe perguntou:
__ Me traz boas notícias?
__ Receio que minhas notícias sejam más. Um de seus parentes teve um colapso e caiu morto a meus pés quando anunciei que você estava preso numa gaiola.
Mal essas palavras foram pronunciadas, o pássaro do mercador sofreu um colapso e caiu no fundo da gaiola.
__A notícia sobre a morte de seu parente também lhe trouxe a morte – murmurou o mercador.
Desolado, recolheu o pássaro e o colocou no rebordo da janela. Imediatamente o pássaro reviveu e voou para uma árvore próxima.
__Pode perceber agora, – dizia o pássaro – o que você interpretou como uma tragédia era, na verdade, um boa notícia para mim. E a mensagem, ou seja, a indicação de como me comportar para obter minha liberdade, me foi transmitida por meio de você, meu captor.
Dito isso, se afastou num voo largo, livre por fim.
(texto adaptado)