VITRINE DA TV - NOVELAS & SÉRIES

Os donos das novelas

A novela sempre foi e será líder de audiência, mesmo com toda evolução da tecnologia. É o horário mais caro para o anunciante e um produto lucrativo para a emissora. Muitos grandes nomes estão por trás dessa façanha de prender o público, os autores.

Desde a década de 1990 que o cenário da dramaturgia vem passando por mudanças significativas, com mortes, aposentadorias, demissões e renovações de roteiristas.

E essas mudanças impactaram na audiência e na dificuldade de cativar os noveleiros de plantão.

Ainda na década de 80, ou seja, em 1983, a emissora perdeu a grande dramaturga Janete Clair, autora de grandes sucessos até aquela ocasião.

Na década de 90 perdeu os autores Dias Gomes, Ivani Ribeiro e Cassiano Gabus Mendes, três ícones da dramaturgia. A partir daí a emissora seguiu seu curso com autores que ficaram anos no ar.

Carlos Lombardi se tornou a marca de novela das 7, o autor dominava o horário com suas histórias que alcançavam bons números de audiência. Lombardi deixou em a emissora em 2012 e nunca mais voltou, depois de 31 anos de jornada.

Silvio de Abreu também fez história no canal e tornou uma marca expressiva em novelas das 7 e nas novelas das 9, com uma pegada policial e de suspense. Fez grandes folhetins como Guerra dos Sexo, A Próxima Vítima, Torre de Babel e Belíssima. Migrou para a chefia de teledramaturgia da Globo em 2014, onde revelou novos autores, porém deixou o canal em 2020.

Elizabeth Jhin era a nova Ivani Ribeiro escrevia com sabedoria sobre os mesmos temas e foi responsável por vários sucessos no horário das 6, mas simplesmente não teve seu contrato renovado em 2021,  deixando uma lacuna na teledramaturgia, ficou na emissora por mais de 30 anos.

Alcides Nogueira foi outro autor que deixou em luto muitos noveleiros ao ter sua saída da emissora anunciada em 2022, após 40 anos de parceria, autor de grandes sucessos, vencedor do Emmy com o remake da novela O Astro. Seu último trabalho foi a novela Tempo de Amar.

Maria Adelaide Amaral autora de trabalhos expressivos entre novelas e minisséries, após 32 anos também deixou a emissora, inesperadamente.

Miguel Falabella faz falta no humor e nas novelas, criador de sucessos como Sai de Baixo, Toma lá, Dá Cá e Pé na Cova, também teve trabalhos expressivos na teledramaturgia, mas em 2020 foi demitido, após 39 anos da casa.

Ana Maria Moretzsohn uma autora versátil que colaborou com vários autores em diversas novelas de sucesso, entre idas e vindas deixou a emissora definitivamente em 2019.

Walther Negrão também deixou a emissora em 2020, responsável pelos sucessos, cito Fera Radical e Sol Nascente sua última novela no canal.

Antônio Calmon, Lauro César Muniz, João Ximenes Braga, Marcílio Moraes, Bosco Brasil, Euclydes Marinho, Aguinaldo Silva, Patrícia Moretzsohn, Ângela Chaves, Paulo Halm e Daniel Adjafre  também deixaram repentinamente a platinada no decorrer dos últimos anos.

Além dessas demissões, tivemos a aposentadoria de Manoel Carlos, a passagem de bastão de Benedito Rui Barbosa para seu neto e filhas e a perda do grande Gilberto Braga.

Tudo isso deixou um buraco bem fundo nas novelas da Globo. O costume de seguir a história contado por autores que já estavam familiarizados com o público.

Manoel Carlos e suas Helenas. Gilberto Braga retratando a burguesia. A comédia romântica de Miguel Falabella. O ruralismo impecável de Benedito Rui Barbosa, o suspense de Silvio de Abreu. Tudo isso faz muita falta. A história contada com a peculiaridades de cada autor.  Muitos desses autores fazem muita falta na televisão, o interessante é que praticamente todos estão fora do mercado, mesmo com a intenção dos streamings produzir novelas, eles ainda não foram absorvidos pelo segmento.

Atualmente temos um boa safra de grandes novelistas, os veteranos Gloria Perez, Walcyr Carrasco e João Emanoel Carneiro que entregam excelentes folhetins e o mais novos Lícia Manzo, Alessandra Poggi, Alessandro Marson, Manuela Dias, Cláudia Souto, Thelma Guedes, Daniel Ortiz, Duca Rachid, Maria Helena Nascimento, Mauro Wilson, Emanoel Jacobina, Rosane Svartman, Ricardo Linhares e alguns que ainda estão na função de colaboradores, mas em breve virarão titulares, certamente.

Essa nova safra tem uma missão: continuar mantendo as novelas em evidência. Cabe a eles criarem e contarem boas histórias, assim alimentar a teledramaturgia e permanecer líder de audiência.

 

Que venham boas histórias como as de antigamente.

 

COMENTE

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.