Vitrines Da Vida

Sem hora marcada

Sem pensar se entregou na intenção de somente amá-lo, como se tal atitude bastasse, procurava um jeito de  não ceder a alguém que tanto queria. Alguém do jeito que desejava.
E assim foi levando.
Amando sem receio.
Como era doce aquele olhar, aquela pele, aquelas mãos, se acostumou demais.
Mudou tanto para ser dele, afastou-se dos amigos e da família. Era sempre questionada sobre esta mudança, porém sabia que simplesmente havia trocado de amor.
Todo relacionamento no começo nos faz viver magníficas emoções, pudera é tudo inédito. A vontade de permanecer ao lado da pessoa é infinita, no entanto o tempo desfaz o encanto e a rotina bate na porta dos corações.
O amor e a paixão chegam e partem sem hora marcada.
Depois de tanto afeto o desejo começou a cessar, beijos frios, abraços sem calor. Os encontros se tornaram apenas uma mera obrigação.
Nada do que ela queria.
Nada do que ele precisava.
Os olhos deles buscavam outros cenários.
O desejo sempre era despertado quando se deparavam com pessoas que lhe chamavam atenção e assim todo castelo de areia começou a ser banhado pelas ondas da vida.
Aproximava a hora de dizer adeus ou de simplesmente cada um seguir seu caminho em silêncio para evitar magoas, pois já entendiam claramente o que estava acontecendo.
Foram inflamados tão-somente pela chama da paixão, chama que é igual à vela, de vários tamanhos podem queimar até durante anos, mas uma hora se apaga deixando tudo na mais tenebrosa escuridão.
Perceber que o fim se aproxima dói demais, é difícil demais, mesmo se tratando de uma paixão, afinal todo mundo sabe que a paixão não vence os obstáculos oferecidos pelo tempo.
Uma hora acaba. Pode ser hoje, amanhã ou depois de amanhã.
Uma situação inesperada pegou o casal de surpresa, apesar do vazio sentimental, tinham enorme consideração um pelo outro, além do desgastado namoro, gestaram também um sentimento de amizade.
_ E agora como dizer que chegou o fim? – era o dilema dele e dela.
Durante semanas articularam diversas desculpas com objetivo frente a frente encerrar a relação sem perder a amizade, mas não adiantou, no momento do julgamento a sentença não era proferida, as palavras se perdiam no medo de partir.
_ …
Diante de tudo o jeito foi timidamente se afastarem.
Entenderam bem o recado.
E os meses passaram – quatro meses.
Não deram mais notícias, não mais se encontraram, a única ciência que tinham um do outro era na rede social a qual visitavam e vigiavam todos dos dias o perfil da ex-paixão.
Sentiam ciúmes de quem os levou.

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