Vitrines Da Vida

Via-sacra

Ficar frente a frente com ele é complexo demais.
Reprimir a vontade de tocá-lo é uma via-sacra.
Jamais apresentou sequer um gesto com ela, mesmo sabendo do intenso sentimento.
Finge não saber.
Ignora.
Finge ser feliz.
Fingem ser completos, no entanto vivem sozinhos, mesmo em outros braços.
Não é capaz de ousar falar no assunto, pois certamente tem medo de se entregar.
Sentem-se tão felizes quando estão juntos.
Distantes, a saudade invade seus sentimentos.
Dele…
Dela…
E o tempo vai passando, porém não apaga, não afaga, não ameniza o amor que ela sente.
Perece na esperança da entrega, assim, de repente.
Seria uma extrema realização.
O beijo iniciaria a profissão.
Gemidos seria uma ladainha sem fim.
As mãos ousariam sem temor algum.
Carinhos e carícias…
Roupas espalhariam pelo chão.
O choque do encontro das peles causaria um conforto espetaculoso.
Ela tocaria aqueles braços alvos.
Sentiria o cheiro daquela pele. Ah, como esperou por isso.
Viajaria pelo abdome atraente.
Ele de olhos fechados degustaria de todos os carinhos almejados por anos, em segredo, um desejo vencido pelo medo de se entregar.
A seguir a penetraria com amor, com paixão, com desejo.
Como tudo fazia bem…
Para ele…
Para ela.
Ambos explodiriam juntos. Um orgasmo diferente de todos que tiveram durante suas vidas.
No silêncio do quarto de motel, suspiros podiam ser escutados, ofegantes.
E após alguns minutos, novos beijos, novos abraços, novos carinhos, novas sensações.

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