Vitrines Da Vida

Triste vivência

Todas as noites a mesma rotina…
Sentava-se num bar de quinta categoria e ali permanecia bebendo até a antemanhã. Já bêbado enfadava os companheiros de mesa.
Ninguém o suportava, sem beber prontamente se mostrava alguém de difícil temperamento, imagine sobre efeito da bebida, então?
Ele não é tão jovem, deve estar caminhando para quarta década.
Começou a mania de beber com dezessete anos.
Na ocasião era seu aniversário. Bebeu até perder a razão. Para evitar a vergonha fingiu que pegou um espírito, rolava pelo chão, babava e o vexame foi geral. Conseguiram até um padre para ir vê o ocorrido.
De lá para cá, sempre saia com a galera.
Tudo que não tinha coragem de fazer quando lúcido, fazia depois de beber alguns copos de cerveja.
Seguiu a vida usando a bebida como escudo para tantas coisas.
Ofendia e tentava humilhar as pessoas e no dia seguinte fingia que nada ocorrera. Esquecera-se de tudo…
Com o passar do tempo à coisa foi se complicando. Não tinha ânimo para trabalhar.
Depois de uma noitada, pela manhã, não conseguia levantar cedo e sempre chegava atrasado ao serviço, fato que gerava revolta nos colegas. Logo seria despedido.
E o vício aumentava…
Bebia sem prudência.
Todo seu dinheiro era destinado a bebida e ao cigarro.
Seus compromissos financeiros jamais foram honrados.
Sequer, o que vestir, comprava.
Sua mãe, uma senhora, já bem de idade, aposentada, recebe menos de um salário mínimo, arca com as despesas da casa, moram de aluguel… e muitas vezes não têm o que comer, mas ele sempre arruma dinheiro para beber.
Com a aparência debilitada, dorme durante o dia e a noite, senta-se num bar, mesmo sem dinheiro e bebe, em cada bar deixava um documento penhorado, mediante as inúmeras desculpas.
Em muitas oportunidades roubou o dinheiro da mãe deixando-a sem nada, chegou até ser despejada.
Roubar tornou-se uma solução para sustentar-lhe o vício.
Da irmã roubara o celular.
Do irmão a carteira… e de todos que tinha oportunidade levava algo.
Quantas vezes levara uma surra no meio da cidade, na solidão de sua triste vivência.
No corpo esconde as cicatrizes do fracasso.
Vai levando a vida…
Sua alma é infeliz.
Sua existência inútil.

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