Toda escolha tem sua consequência, portanto estamos sempre nesse dilema – escolher. Quando a pessoa passa a pensar nas consequências dos seus atos, viver se torna mais complicado e mais responsável, tudo tem que ser medido, o temor de uma escolha errada, assombra as madrugadas sem sono. O medo do amanhã.

No amor o resultado sempre é mais doloroso, pois a consequência é individual, por mais que você desabafe com alguém de confiança, a decisão é sua. A dor é sua, de mais ninguém.

Ela guardou o melhor dela para dar a alguém na hora certa. Existe hora certa? Hora inesperada?

E viveu com ele um sentimento avassalador.

Meses e meses de amor, de paixão, de horas tórridas de desejo.

As peles se encontravam num tom perfeito. As mãos trêmulas viajavam pelos corpos ardentes.

Como se amavam.

Como se desejavam.

Como eram felizes.

Como se completavam.

As noites tinham mais sentido naquele tempo que tempo levou.

A despedida foi inesperada, ele como já planejado há meses, mudou para Europa com a família, seu erro foi escolher aquele abraço naquela tarde quente, foi sentir a doçura daquele beijo.

Ela se tornou sua vida.

Ele se tornou seu amor.

Estavam sempre juntos

Quando estavam conectados um animava o outro, ensinavam enfrentar o sofrimento. Os acasos da vida… a tristeza que às vezes batia na porta.

Ah, se conheceram num começo de tarde nublada do outono, no horário de almoço em um bistrô na zona sul da cidade, ocasião que o local estava cheio e só havia um lugar na mesa dele. Peça do destino.

__ Posso sentar – pediu meio sem graça.

Ele tirou o talher da boca e em câmera lenta os olhos se encontraram.

__ Fique à vontade – aquele sorriso seria inesquecível, seria o consolo para seus dias de solidão.

A paixão em pouco tempo se tornou um nobre sentimento. Algo tão forte, tão gostoso de sentir. Viveram aquele momento sem pensar no depois.

Neste instante, sozinhos – lágrimas. Tanta solidão. Saudade. Uma louca vontade de atravessar o oceano e se entregarem sem pudor, sem reserva a este amor que tanto faz bem.