O trânsito está sempre um caos nas grandes metrópoles, inclusive nos horários chamados de pico, haja paciência para suportar a lentidão e as manobras dos irresponsáveis.
Douglas vai todos os dias de carro para o trabalho, há um ano comprou um veículo, desses de preço popular.
É um jovem calmo, tranquilo, dificilmente esta com passageiro.
Dirige atento ao volante, liga o rádio, sintoniza a rádio de sua preferência, uma que toque MPB.
Tem vinte e poucos anos, corpo magro, pele clara, fisionomia bem masculina, tem pouca vaidade, sempre está de jeans e malha de cores neutras, porém sua beleza é aparecida.
Namorou algum tempo com uma amiga da época de faculdade, a relação surgiu, de repente. Foram para a balada.
Em seguida estavam transando com muito desejo, algo que se repetiu por quase um ano.
Porém ele não estava feliz.
Carregava um desejo reprimido por outros homens, discretamente em algum banheiro público esticava os olhos para vê o objeto alheio, isso o deixava sem ar, tamanha a excitação e muitas vezes nesse ambiente ousou…
Viajou… delirou…
Tocou e foi tocado.
Com a mão. Com a boca.
Explodia de prazer, ficando em seguida leve, realizado e de consciência pesada.
Foi em uma quarta-feira de agosto que sua vida recebeu outro rumo.
Dirigia, como de costume, tranquilo, até que uma batida na traseira de seu carro, o despertou. No meio da avenida desceu do automóvel e verificou o estrago.
O autor da batida foi um motoqueiro.
Conversaram sem se alterar por algum tempo.
“Eu arco com o prejuízo” avisou o motoqueiro, mas Douglas não quis confiar somente nas palavras dele.
Acionaram uma viatura e ficaram no aguardo para fazerem a ocorrência.
Nesse tempo os olhos se encontraram.
Os olhos disseram tudo.
Na semana seguinte se encontraram para tomar um drinque.
Timidamente tocaram no assunto – seus desejos.
O primeiro beijo foi gostoso demais.
Tão saboroso que se estendeu por muitos minutos, enquanto as mãos exploram os corpos, enquanto as roupas iam sendo tiradas uma a uma.