Vitrines Da Vida

Para sair da rotina

Tinha um casamento bem pacífico.
Porém o desejo de sentir um toque diferente a tentava vez e outra.
Para resolver a situação, procurava algum profissional do sexo, assim não geraria qualquer vínculo.
O encontro ocorria rápido.
Sem muita conversa, sem carinho, apenas uns beijos frios.
Tiravam a roupa, num quarto simples de motel para não despertar qualquer atenção.
A escolha era sempre perfeita.
Jovens de corpos interessantes, profissionais capazes de levá-la ao êxtase.
No auge do envolvimento gemidos de prazer.
Tudo acontecia muito depressa.
Logo os orgasmos aconteciam.
Vestiam seus trajes e se despediam ali mesmo no quarto.
Ela em muitas ocasiões simulava o orgasmo, pois pensando no marido, precisava acabar depressa com o ato perverso que cometia.
E seguia sua vida.
Fugindo sempre da rotina.
A consciência pesava uma tonelada.
Medo e arrependimento se misturavam.
Nos meses seguintes conseguia se purificar. O jardim floria outra vez.
Toda febre cessada pela fuga.
Sabia que cedo ou tarde cometeria o mesmo crime de novo.
Uma dama, tão sofisticada, cheia de manias. Olhos cativantes, parecendo duas uvas bem verdes, cabelos num tom castanho cortado de acordo com a última tendência. Pele clara, corpo delineado, no entanto alguém difícil de tolerar.
Como escudo usava sua beleza. E quanta beleza.
Percebeu que os jovens lhe comiam com olhares de desejo.
E foi nessas camas que passou a quebrar sua rotina sempre que se sentia sufocada, não realizada pelo indecifrável esposo.
Tudo na mais perfeita harmonia.

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