Vitrines Da Vida

O desejo do seu coração

Quinze anos se passaram.
E passaram tão depressa.
Tantas primaveras sem flores.
Invernos quentes.
Outonos frios.
E nada de verões.
Pelo menos na vida dela fora assim. Quinze anos amando o mesmo homem sem ser retribuída.
Olhar para trás lhe causou uma aguda aflição no peito.
Dor da saudade.
Dor do que queria tanto ter vivido.
Mas não viveu qualquer momento de amor ao seu lado. Nada, nem um gesto.
Tinha-a somente como amiga, isso estava bem definido em seu viver, pelo menos optava que fosse assim, então evidenciava assim seu sentimento… sentimento fraterno.
Ela sentiu-se perecida durante todos esses anos.
Invalidada por um sentimento platônico, sem consistência.
“Como pude, como posso, como consigo viver assim?”
A pessoa quando ama planeia mentiras e profere verdades irreais.
O desejo do seu coração.
Ser feliz…
Ser dele…
Experimentar suas mãos intensas e macias viajando pelo seu corpo sedento de amor.
Querer nunca realizado.
Tentou inúmeras vezes chamar sua atenção.
Telefonou.
Mandou mensagens, e-mails, tudo em vão, nada do que fez despertou o sentimento dele.
Homem de pedra.
Homem frio ou quem sabe, apenas um amigo, que a respeita, que cuida de longe, que quer vê-la feliz.
Ela também o quer feliz.
Pudera o ama tanto.
Reinventou uma maneira de amar.
De amar distante, de amar sem ser correspondida, de sentir-se completa mesmo sozinha.
O amor é o maior mistério da humanidade.
O amor perturba e realiza.
O amor constrói e destrói na mesma proporção.
O amor é fiel e infiel.
O amor se modifica com o tempo, consome o desejo, afaga os sentimentos.
O amor anula…
“E sem você eu vivo assim.”

COMENTE

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.