Vitrines Da Vida

Depois do último abraço

Tudo foi se convencionando em sua vida.
Tão depressa feito chuva de verão.
Pudera, pois não aceitava sofrer mais de um dia por amor.
Aprendera essa façanha após tantos sonhos perdidos na caminhada.
Após lágrimas de amor e profundas decepções.
Após tantos amores platônicos.
Logo se aconchegou nos braços de outro alguém.
Alguém que lhe queria.
Alguém disposto a fazê-la feliz.
Foi o melhor que fez depois do último abraço.
Agora precisava ter calma, porque seu coração a condena por não oferecer o tempo de sentir a falta. O tempo de viver toda dor que um amor não correspondido traz.
Mas dizem que somente se esquece um amor quando um novo amor encontrar, apegou a essa teoria imensamente.
Quebrando seu protocolo foram para cama no primeiro momento.
Beijos sem sabor.
Toques insignificantes.
O ato incômodo… sem desejo… ocorreu por ocorrer, por impulso, simplesmente por impulso, nada mais.
“Como é ruim ir para cama somente por ir.”
Seus pensamentos estavam em outro lugar.
Estavam ainda no abraço frio.
Podia sentir o cheiro, da frieza, invadir seu âmago.
O sabor de seus beijos.
Seu jeito imaturo.
Enfim tudo fazia lembrá-lo mesmo sem querer.
Porém se entregou ao objeto de sua fuga.
Por vingança.
Por subterfúgio.
Para chamar atenção de quem ama realmente.
Guarda em segredo sua verdadeira intenção.
O destino há de ser o juiz.

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