Vitrines Da Vida

Convivendo com a solidão

Estava sozinha há muito tempo.
Fora devastada por uma arrebatadora paixão e, desde, então, vive com o coração fechado.
Hoje nem lembranças restam mais.
Lembranças do que ela nem representou.
Ele foi tudo que quis.
Tinha um corpo que lhe chamava atenção e fazia-a queimar de desejo, porém é um ser falso, mentiroso, enganador e oportunista.
Tinha várias mulheres ao mesmo tempo, e nem bom de cama era, somente seu corpo era a isca.
Isca enganosa.
Simplesmente uma embalagem vazia.
Um amor mal vivido deixa marca.
Uma paixão ferida causa um trauma difícil de vencer.
O tempo passou…
Acostumou-se a solidão.
Durante a semana o trabalho.
Nos fins de semana, algum bistrô interessante com os amigos.
Almoço em família.
Um DVD.
Raras vezes um cinema, show ou teatro.
Nos shoppings saiu da tristeza fazendo compras, mania feminina.
Nem observa os rapazes tentando chamar sua atenção.
De família convencional, quebrou o protocolo e mora sozinha numa bela cobertura na região nobre da Paulicéia.
Adora durante o café da tarde frequentar uma cafeteria e livraria perto do seu serviço.
E assim vai vivendo sua vida.
Aprendendo dia-a-dia como é bom viver sozinha.
Sem hora marcada.
Sem frio no peito.
Sem medo da traição.
Sem qualquer expectativa sentimental.
Sem sonhos e fantasias.

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