Vitrines Da Vida

Com ódio de mim

Não sabia domar seus impulsos.
Seus precipitados sentimentos.
Conheceu não se lembra de como ou quando, Felipe, amizade virtual.
Há semanas observava sua foto numa rede social.
Olhos opacos, boca daquelas que dá uma louca vontade de beijar.
Por muitas vezes conversaram sobre seus sonhos e fantasias.
Ele é jovem, com menos de vinte anos, estudante, com um futuro cheio de surpresas pela frente, assim é a vida… sempre nos surpreendendo nas suas sinuosas esquinas.
Fato é que ela não podia mais deixar de falar sobre seu querer.
Ficaram horas no MSN.
Logo, o jogo de enigmas começara.
Felipe é daquele tipo curioso, não iria sossegar, enquanto não escutasse a confissão.
Até já sabia que a revelada paixão se tratava dele.
E foi o que fez.
Indagou…
Interrogou…
Jogou verde e colheu maduro.
Mulher experiente, totalmente resolvida, vivera, naquele instante, as mesmas emoções de quando adolescera.
Hum! reviver é nostálgico.
Desperta tantas sensações.
Coisas guardadas nas afastadas lembranças.
Enfim se declarou.
“Dê nome ao boi” – insistiu Felipe pela centésima vez.
Mudaram de assunto.
Algum tempo depois a paixão novamente fora a conversa em pauta.
“Você é boi” – declarou, ela, de impulso.
Tarde demais, pois quando percebeu havia dito o que não devia.
“Que ódio de mim” – pronunciou ela, enquanto Felipe sorria sem parar.
Como efeito colateral sonha com ele todas as noites.
Resta, esperar, o destino concluir a sua trama.

COMENTE

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.