Vitrines Da Vida

Amargo pecado

É necessário ter serenidade para tomar decisões e fazer as coisas sem receios.
Mas nem todo mundo sabe driblar as jogadas da vida.
Assim, acorreu com Alma.
Mulher insegura durante toda a vida.
Infância de solidão.
Adolescência de conflitos.
Puberdade aflita.
Quantas aflições…
Quantas ilusões…
Sonhos jogados pela janela do coração.
E muitas dúvidas…
Tornou-se uma pessoa tão submissa as palavras alheias.
Sempre fazia as coisas preocupando-se no que os outros iriam pensar.
Amargo pecado.
Passou a viver na sombra do medo.
Medo da língua afiada dos parentes e dos ditos amigos.
Sentia-se num laço de cobra.
A incerteza consome a placidez, a harmonia de qualquer vivente.
Vencer seus medos, Alma jamais seria capaz, sentia-se encurtada demais diante do mundo.
Casou-se na segunda década de vida.
Vivera um relacionamento igual a água congelada.
Vida sentimental árdua.
Sexo por obrigação.
Beijos sem sabor…
Abraços em calor…
Carinhos frios…
Carícias apagadas.
Tivera três filhos. Criara-os numa frialdade infinita.
E o tempo passou…
Passou sem conseguir transformar a vida de Alma.
O resultado fora a depressão.
A falta de amor…
Amor dos pais.
Amor próprio.
Parada diante do espelho contemplava sua face apagada por suas mazelas emocionais.
Tinha tudo para ser feliz.
Entretanto não fazia desfrutar de nada.
Perdeu o paladar das coisas boas da vida.
Em sua face é raro fragar um sorriso e quando acontece – é somente uma fantasia para esconder suas dores…
E o tempo continua passando.

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