Vitrines Da Vida

Ainda em vão

Confessa, confessa que o ama. Que nunca o esqueceu e que sofreu durante mais esse ano. Confessa, apenas confessa, sem medo, confessa para si mesma.
Luana continua de olhos fechados. Amando-o sem nenhuma reserva. Um amor ainda em vão, já que nunca fora correspondida, pelo menos fora assim até o momento.
Continua iludida que ele confessará seu sentimento, entretanto nesse último ano, ele afastou-se ainda mais. Não tivera qualquer notícia nova a seu respeito.
E em um desses dias quentes de primavera, que devido ao calor nem mesmo as flores apareceram, veio de novo a saudade dele.
Saudade maldita.
Saudade ilimitada.
Quando ela menos espera se deparara com esse incomodo, ao virar a primeira esquina.
Ele continua tragando doce sem açúcar.
Ela continua sem entende-lo. A realidade é que jamais o entenderá. Há certas coisas na vida que o melhor é deixa-las perdidas no tempo. Sem resposta. Sem solução. Um julgamento sem veredicto, num caso assim é transitável não distinguir o culpado. O réu.
Agora, mais judiciosa não se joga nas baladas.
Não cai em outros braços.
Não beija outras bocas.
Não sente outras peles.
Lavou seu corpo e alma e definira cuidar dos seus interesses profissionais. Desfrutar sozinha das coisas boas da vida, já que a vida passa tão depressa, e não sabemos quando ela findará.
Fez uma viagem a Europa, conheceu Portugal, Roma, França e Viena.
Fez tantas coisas interessantes. Tão-somente para viver, para acariciar seus dias tristes.
A sensação é que não havia pagado o preço por ama-lo. Continuava saldando, porém sem dor. De que adianta sofrer por algo que se tornou rotineiro?
Acostumou-se com o latejo dessa falta. Acostumou-se com sua ausência. Sua distância. Sua indiferença. Sentiu pela primeira vez que ele estava ficando para trás.
Experimentou um temor aturado.
Mas deliberou encarar de frente. Determinou que não amaria mais esse alguém.
Decidiu seguir em frente, sem arrumar um muro para se escorar. Padeceria mais alguns meses e depois tudo passaria, tipo quando morre alguém muito querido, nos primeiros meses é um calvário, no entanto como se sabe que esse alguém nunca mais será visto, a aceitação é automática. A dor passa. Sem você perceber, a dor passa.
(Continuação do conto Em Vão, postado em 13/10/2013)

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