Vitrines Da Vida

A dona do jogo

Comandava demais.
Sempre fora assim.
Rica, seu dinheiro fora utilizado como a isca perfeita em tantas situações.
Sentia-se esperta, mas era a bobeira viva.
Bancava o jogo e possuía aquele corpo, somente por desejo, por poder. Satisfação. Adorava seduzi-lo. Mas o destino mudou tudo e seu simples desejo tornou-se uma paixão imensurável.
A diferença de idade entre eles era de doze anos, Hanna sempre gostara de homem mais jovem. Vigoroso e bem dotado. Adorava sentir o cheiro da juventude.
Apreciar o corpo rígido, macio e gostoso.
Roy fora o sexto namorado. Conheceram-se no shopping numa loja de roupas masculinas, ocasião que ela comprara um presente para o ex-namorado. Observou-o entrar na cabine e minutos depois sair para que a vendedora marcasse o ajuste em sua calça. Mirou o abdome sarado, os pés alvos e perfeitos. Cabelo num corte da moda e uma pele levemente bronzeada.
Depois de uma semana se encontraram.
Jantaram numa cantina italiana.
Tomaram alguns drinques.
E o primeiro beijo aconteceu dentro de uma suíte de motel.
Sussurros e murmúrios de desejo.
Ele era sensacional. Munido de um vigor exagerado para seus dezenove anos. Sabia bem conduzir a situação – aprendera nos filmes pornográficos – passatempo desde os quinze anos.
Ele sabia dominar
Sabia fingir…
Sabia fazê-la sonhar!
E sonhar naqueles braços fazia-a tão bem. Seus orgasmos sempre eram inéditos.
Quanta paixão.
E para compensar fazia todas suas vontades. Roupas, perfumes, calçados, dinheiro e até um carro. Entretanto esquecera que amor não se compra.
Para Roy logo ele seria trocado.
“Dizem que as mulheres mais velhas sempre gostam de novidades.”
Enganara totalmente e não foi capaz de perceber, ela o queria além da cama.
Casualmente ele se apaixonou por uma garota da mesma idade. E seu fogo já não queimava tanto igual há algum tempo atrás.
Tinha duas vidas.
Tinha que realizar duas mulheres.
Suas emoções tornaram-se confusas e parecia um vulcão que poderia explodir a qualquer momento e abandonar uma delas. Hanna seria a dispensada. Aprendera a perceber as coisas – sabia que ele estava na cama de outra.
Seu mundo desabou ao confirmar tudo.
Sentiu-se triste.
De longe viu o jovem casal sorrindo e caminhando descontraidamente de mãos dadas.
Não resistiu quando atravessavam a rua.
Hanna pisou no acelerador. O veículo colidiu com o corpo de Roy jogando-o longe.
A garota entrou em choque após um grito pavoroso.
Hanna aproximou-se do corpo no chão. Pessoas aglomeraram.
Seu rosto fora a última imagem que ele vira.
A seguir tudo se tornou uma escuridão infinita.

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