reino de deus
Silvio Cerceau nos fornece uma leitura fluente neste livro onde descortina as aparências e revela uma realidade difícil de ser aceita por qualquer um – ser enganado naquilo que mais preza e acredita – mas o que ele não aceitou, foi a encenação que o fez indignar-se a ponto de escrever este livro. reino de deus narra as artimanhas de alguns bispos e pastores que se utilizam do despreparado, do analfabeto, do desempregado, do marginalizado, do deprimido – enfim, de todos que sofrem todo tipo de miséria humana, usando a sua necessidade de acreditar em alguma coisa, de ver uma solução – para a sua busca desenfreada de riqueza pessoal, usando deus como bengala, numa atitude cercada de egoísmo, falta de ética, falta de amor pelo ser humano, falta de respeito por Deus. O deus que é colocado, recebe dinheiro na concessão de favores, levando algumas pessoas a se endividarem, acreditando agradarem a Deus e estarem mais próximos do seu Reino. Cerceau deixa claro que não se baseou em personalidades específicas, entretanto, seus personagens e suas histórias apresentam verossimilhança. A qualquer momento, pode-se encontrar com um desses tipos caracterizados e ter-se a impressão de que era um personagem do livro reino de deus. Como ler um livro nos permite experimentar sentimentos pelas situações nele colocadas, pode-se ter a sensação de um déjà vu ou flash back, estrangeirismos comuns para a sensação de emergir uma memória interna de vivência. Jesus Cristo mesmo disse: Dai a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus, estabelecendo critérios de análise pelos quais se infere que o Reino de Deus é espiritual enquanto o reino do deus poder e governo e ganância sobre o outro é material. Deus é o Criador de todas as coisas, portanto, o universo todo lhe pertence. Não há ser criado que tenha algo material para lhe dar. Deus não se vende porque é dono de tudo que existe. Não há dinheiro que O cative. No entanto, pelo livre arbítrio, encontrar Deus dentro do seu coração, um acontecimento em que o homem, com certeza, agrada ao Pai. O sentimento filial, de agradecimento, de amor, de fé e de confiança Nele pode fazer a diferença na vida de uma pessoa. Entretanto, esse é um encontro íntimo e pessoal que não depende de falsos profetas, de dinheiro, de clamores que chamem a atenção de um grande público, de ações desesperadas. O temor de Deus, onde está, quando se usa o seu Santo Nome em vão? Silvio deixa claro que, apesar de não se acreditar no fim literal dos tempos, os falsos profetas estão aí. Aqueles que se deixam seduzir por eles, terminam entre choro e ranger de dentes. Parece bíblico? A todos, uma boa leitura e uma reflexão que a ultrapasse.
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