Vitrines Da Vida

Uns são mais caros, outros mais baratos

Tratava-se de uma dama da sociedade, figura pública, conhecida nacionalmente, apesar de passar a imagem de ser uma madame rica e bem-sucedida, na realidade se encontrava numa situação caótica financeiramente. Uma mulher muito feia, até tinha elegância, mas agora com quase setenta anos, a beleza estava nula. De pele muito alva, uma voz prepotente, um corpo sem curvas e de uma magreza descabida. Parecia um esqueleto vivo.

Pregava ser uma mulher sistemática, cheia de preceitos, não admitia que ferissem sua família e sua autoestima, mesmo com palavras.

Quando esse fato ocorria o alguém do delito era punido com seu desprezo e sua influência em disseminar a má da fama de quem não a agradava.

Tinha um amigo de longa data, uma pessoa também influente que manipulava a vida alheia, realizava e roubava sonhos.

Dava com uma mão e tomava com a outra.

Tinha uma alma suja.

Homem arrogante que esnobava e pisava em todos a sua volta, depois os galardoava com um agrado. Seu dinheiro. Afinal todo ser humano tem um preço. Uns são mais caros, outros são mais baratos, seja um, seja outro, o fato é que são imensamente desprezíveis.

E tudo acabava bem.

Com ela também fora assim…

Humilhou ela e sua família em um evento, que pensava estar entre pessoas de sua confiança, quanto engano, um ser assim não tem amigos, amarga a solidão e vive sendo cobrado pela lei da vida. Aquela intriga chegou ao conhecimento da sua amiga.

Ela gostava tanto dele. Amava-o como um amigo, amava como a um irmão. Nas redes sociais se declaram um ao outro.

Quando soube como de fato ele via-a, ficou arrasada, decepcionada… estava disposta a acabar com ele. Tinha alcance para isso, mesmo assim resolveu tirar a história a limpo cara a cara.

Marcaram de jantar num renomado restaurante da Paulicéia.

Eram tão dissimulados que perdiam para Lúcifer – a falsidade.

Tomaram um bom e caro vinho, comeram o melhor do menu e a seguir ela o abordou sobre a situação.

Ele tomou um longo gole do cálice, maneira de não deixar o sangue esvair da face e a máscara cair totalmente.

__ Querida, isso é intriga. Tenho você como minha irmã.

Como saída patrocinou seus projetos, um valor bem expressivo que foi o afago perfeito para aquela emergente desqualificada.

No mês seguinte, como presente de aniversário, ganhou dele uma inesquecível viagem. Desfrutaram os primorosos lugares de Paris, restaurantes, teatros, fizeram compras nas melhores loja – para ela a oportunidade de renovar seu guarda-roupas. Tudo pago pelo seu mais falso amigo.

Foi o seu preço.

E nunca mais falaram sobre o assunto.

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