Vitrines Da Vida

Uma Nova Paixão

Há meses, Imperatriz vivia aquele casamento arruinado. Afinal, tudo foi por impulso. Conheceu Weber, num domingo de verão, na entrada do Cinema. Na ocasião por coincidência iam assistir à mesma sessão de um filme.
Depois da sessão conversaram alguns minutos na saída, e a seguir, decidiram ir a algum restaurante.
A partir daquele momento encontraram-se todos os dias. Do namoro ao noivado, foi simplesmente um passo.
Algum tempo depois estavam morando juntos. Weber era um tipo encantador, e, certamente despertava paixão em qualquer pessoa que envolvesse. Chegava do trabalho e o romance era certeiro e intenso. Uma atração especial, qualquer contato os levava a cama. Imperatriz sentia-se amada… feliz.
Os dias passavam depressa, e aquela vida romântica tornou-se monótona para ele, pois, todo tempo estava no trabalho e a noite com ela, a mesma rotina nos dias, nas semanas, nos meses.
De repente todo aquele carinho desaparecera…
As discussões eram constantes. Todas as noites nem sequer trocavam uma palavra. O silêncio substituiu aquele louco amor.
_ O que está acontecendo? – perguntou deprimida.
_ Estou cansado! Tenho trabalhado muito.
_ E daí, tem que saber separar as coisas – rebateu.
_ Olha Imperatriz, para você tudo é muito simples – comentou indiferente.
_ Sei que não me ama, sentiu somente paixão… e a paixão passa.
_ Deixa de criar coisas…
Imperatriz encerrou a conversa, sabia que não iria adiantar levá-la adiante, pois geraria somente um bate-boca.
Pegou a toalha, foi para o banheiro, bateu a porta fortemente. Abriu o chuveiro e ali permaneceu. O pranto aliviava a raiva.
A conseqüência foi a separação. Weber juntava as roupas sob o olhar de súplica dela. A vontade era de agredi-lo, rasgar toda a sua roupa e implorar para que ficasse.
_ Eu te amo – disse calmamente. – Tem certeza, é o que quer?
_ Sim – o tom cético. – Não quero viver brigando. Preciso de paz.
Foi uma perda lamentável, por muitos dias. Imperatriz se viu apagada, sem ânimo. Ingeria diversos medicamentos para dormir, foi a maneira elaborada para fugir daquela sensação… saudade, desejo.
Depois de dias em casa, decidiu ir ao shopping. Entrou em diversas lojas e saiu com excessos de sacolas. Caminhava aérea observando as vitrines. Entrou numa livraria, escolheu alguns livros, vários CDS.
Ao retornar à casa estava refeita. Despertou daquele pesadelo.
De fato, para o amor, nada melhor do que o tempo… só o tempo dá um jeito – concluiu, olhando a imagem no espelho.
Foi convidada para uma festa na casa de um amigo, na realidade um ex-namorado. De impulso aceitou o convite.
Se aprontou rápido, chamou um táxi, entrou apressada.
_ Me leva no endereço… – informou ao motorista – Se importa que eu fume? – investigou antes de acender o cigarro.
_ Fique a vontade, Srta.. Somente abra a janela, não quero morrer sufocado – alertou em tom de brincadeira.
Alguns minutos depois chegou ao local desejado.
_Que bom que veio… – disse Thiago alegremente ao vê-la. Abraçou-a ternamente.
_ Um convite seu é um privilegio, uma intimação – respondeu eufórica.
Conversaram por um instante. Um jovem aproximou-se.
_ Venha aqui, vou apresentá-lo a uma amiga – anunciou Thiago ao vê-lo.
_ Imperatriz, este é o Danniel.
_ Muito prazer – o olhar de ambos dispensou qualquer comentário.
Imperatriz encontrou naquele momento uma nova paixão.

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