Vitrines Da Vida

Tudo muito perfeito

Eles se amavam extremamente. Um casal perfeito, feliz e cheio de sonhos e fantasias. Jovens, se apaixonaram logo no primeiro encontro, foi amor à primeira vista. Após esse episódio se encontravam todos os dias.
E faziam os melhores programas que um casal tocado pelo amor poderia fazer.
As famílias não se opuseram ao namoro, ao contrário, perceberam que eles foram feito um pro outro. Sonharam juntos, sonharam o sonho deles. O noivado, o casamento, o nascimento do primeiro filho, coisas importantes que marcam uma relação.
Trabalhavam e estudavam com o intuito de facilitar suas realizações.
Nos finais de semana namoravam e afagavam a saudade que sentiam nos dias passados.
Naquele sábado, almoçaram em família e decidiram que na véspera de natal ficariam noivos, dia 24 de dezembro, decisão que causou euforia e alegria em todos.
No final da tarde saíram para conhecer a casa que o pai dele oferecera ao casal a morar após o matrimônio.
Era muita felicidade.
Muita perfeição.
Tudo muito perfeito.
Ele, o homem que toda mulher sonhava ter. Responsável, de boa família, de bom caráter, conservador, sabia respeitar cada carinho, cada toque ousado. Sequer percebia os olhares e as cantadas diretas ou indiretas das mulheres ao redor, dono uma beleza notável, que tentava disfarçar num estilo casual e tímido. Um príncipe encantado. Romeu.
Ela, igualmente seguira o comportamento conservador de sua família, moça simples, cativa de amizades, preferia solidão a ficar se expondo a tantas coisas desagradáveis do dia-a-dia, coisas que ouvia dos colegas de faculdade.
Antes ir ao futuro lar, passaram no supermercado e fizeram a primeira compra juntos. Coisas supérfluas, chocolate, balas, refrigerantes, enlatados, enfim coisas que todo jovem curte. Foram apreciados por olhares das pessoas que passavam e percebiam tanta paixão, no sistema de segurança do local, ficara gravadas no circuito de tevê as imagens de uma perfeita paixão, um amor perfeito.
Ele dirigiu pelas ruas calmas do local, não tinha um carro do ano, mas tinha um veículo em bom estado e boa marca.
Ela abriu o portão da pequena garagem, pelo controle remoto. Estacionou o carro, nesse instante os olhos se encontraram e o amor tomou posse. Abraçou-a fortemente. Aconchegou-se nos braços um do outro como nunca ocorrera antes.
E foram tantos beijos.
E foram tantos juramentos.
Tanto eu te amo…
Tantas palavras de amor.
O ar do carro estava ligado e refrescava o ambiente. Entre abraços apertados adormeceram.
Foram encontrados alguns dias depois, na mesma posição que dormiram, com os corpos já em decomposição.
Acabara o sonho, o amor, deles e de suas famílias. Um amor tão forte acometido por uma fatalidade, por um acaso do destino. Situação que jamais poderá ser explicada.
Jamais poderá ser entendida.

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