Vitrines Da Vida

Tudo foi perfeito

Perdeu o grande amor de sua vida.
E hoje sabe como o amou.
E se não tivesse o amado inteiramente, agora não sofreria tanto, tanto.
Tudo ficou perdido.
Os beijos e abraços.
Os carinhos e carícias.
O desejo profundo.
Restou tristeza, nada mais.
Um deserto tenebroso de atravessar, pois caminhar sozinha é difícil demais.
Um dia isso tudo vai passar, é cheia de esperanças.
A idade, vinte e cinco anos e a beleza colaboram.
Mas como esquecer alguém com quem viveu sete anos.
Alguém com quem viveu os melhores momentos de sua vida.
Ah quanta coisa boa.
Eram apenas namorados, embora já tivessem viajado no corpo um do outro sem restrições.
Ele dormia na sua casa quase todos os dias.
Foram tantas promessas.
Quando o sol se escondia ele chegava mesmo sem avisar.
Tocava seu coração e acendia a emoção que um grande amor faz viver.
A certeza do querer aumentava dia-a-dia.
O amor nem sempre traz felicidade.
O pior de tudo é que sabe – “perdi-o para sempre”.
Escuridão total.
Antes nem tivesse saído de casa naquele domingo.
Almoço na casa de um parente.
Tarde agradável. Tudo muito perfeito.
Na volta, numa curva a fatalidade.
Um caminhão jogou o carro que estavam longe.
Ele morreu na hora.
Ainda viu pela última vez o brilho dos seus olhos e a boca semiaberta, ele ia dizer “eu… te…”
Dor difícil de vencer.
Perdeu-o para a morte.
“Antes tivesse o perdido para outra.” – dizia a si mesma, diante do espelho com os olhos cheios de lágrimas.
O funeral foi um manifesto de revolta.
Ele era tão jovem, morrera por irresponsabilidade alheia, pois o motorista do caminhão estava embriagado.
Um grito de justiça ficara na garganta de todos que o conhecia.
E somente o tempo é capaz de resolver essa situação.

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