Thiago sempre fizera tudo camuflado em sua vida ou pelo menos pensava fazer, já que muitas vezes as pessoas percebiam suas articulações, mas nada diziam por educação.
Um jovem imensamente belo, não é alto, porém seu corpo é bem distribuído. Cabelos bem cortados, barba feita, pele clara, olhos castanhos claros, boca carnuda.
Sempre estava envolvido com várias garotas ao mesmo tempo.
Bebia muito.
Usava drogas demais.
E transava com elas compulsoriamente.
Certa noite numa balada, dançava desinibido, sensualmente rebolava exalando outras intenções, pois percebera que muitos olhos se direcionavam a ele.
Logo dirigiu ao toalete, outro jovem o seguiu com discrição.
Pelo o espelho se cumprimentaram e trocaram o número de telefone.
Na semana seguinte se encontraram.
Tudo aconteceu com muita cautela, para Thiago – novidade, nunca havia se aventurado com alguém assim.
No entanto para Felipe se entregou, com muita reserva.
_ Não curto beijo – avisou sem rodeios.
_ Tudo bem – concordou Felipe meio decepcionado.
Beberam juntos.
Cheiraram juntos.
Somente isso nas primeiras noites.
No final de semana após o repetitivo ritual e uma noite de balada, chegaram ao apartamento de Felipe na antemanhã.
Dormiram juntos.
Felipe sentia seu cheiro, sua pele, seu suor.
Sua ereção.
Os toques tímidos se tornavam ousados.
Thiago mantinha os olhos fechados como se pensasse em alguma outra coisa.
Sentia a boca faminta por todo seu corpo.
Minutos depois explodiu.
Se com mulher já articulava para ninguém saber dos seus rolos e afetos, com um homem então, fora que a coisa se complicou.
Brigava com seu pensamento que mesmo sem ele querer se voltava para Felipe.
Pudera, nunca tivera em sua vida alguém que lhe destinasse tanta atenção, tanto carinho e tanta amizade.
Sentia-se seguro.
Com ele falava sobre tudo.
Amava-o, mas assumir isso seria um ato vergonhoso perante a sociedade.
O tempo tirou-lhe a máscara.
Hoje vivem em mundos diferentes.