Vitrines Da Vida

O último abraço

Fora a última vez que se encontrara com ele como amante, como paixão, como amor, tentariam dali para frente ser amigos.
Há meses não se entendiam nos seus ideais.
Ela tão segura e apaixonada.
Ele temeroso e confuso.
Diante de tudo não poderia considerá-lo ex-namorado.
“Para mim foi somente uma ficada fria sem sentimentos da sua parte.”
No encontro não falaram muito, afinal já haviam dito quase tudo por telefone.
Tentaram manter o clima de harmonia.
E até conseguiram ou fingiram apenas.
Aproximava-se dele sem querer diante de protestos imaturos.
Tudo foi muito proveitoso.
Enxergou de fato como ele é.
Pôde encher seu âmago de cólera e assim anular seu idiota sentimento.
Conteve a vontade de agarrá-lo e de se declarar sem pudor algum.
Conteve as lágrimas na alma.
Seu último pedido:
“Me dê o último abraço…”
Foi como se abraçasse uma pedra de gelo.
Pedra fria.
Pedra falsa como bijuteria.
Pedra simplesmente uma pedra jogada num deserto sinuoso.
Seguiu seu caminho sem olhar para trás.
Seguiu dotada de alívio.
Livre, totalmente de uma inesperada paixão por alguém errado.
Pudera, não se exige dos outros aquilo que eles não têm.
Amor próprio.

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