Vitrines Da Vida

No silêncio da solidão

No momento em que se ama alguém tudo se torna mais perfeito.
Mas com Elisa foi tudo diferente, o amor lhe trouxe tormento.
No começo amou-o com tanta dedicação, se entregou sem se preocupar em saber de fato quem era.
Foram tantas viagens românticas, tantos jantares perfeitos, tantas carícias exageradas, sem pudor algum e isso o fazia muito bem, realizava com ela as fantasias que tinha vergonha de realizar com a esposa.
Em menos de três meses o fogo começou a se apagar – tipo vela de pavio curto.
As novidades foram perdendo a magia.
Beijos sem sabor…
Sexo somente por obrigação.
A grande decadência de um relacionamento precipitado.
A separação causou a Elisa uma dor aguda.
Sofreu tanto.
Lágrimas de amor…
Mas não podia chorar por toda a vida.
Mulher bem cuidada, com menos de vinte e cinco anos, os olhos pareciam duas safiras, a pele um perfeito pêssego. De família sofisticada, quem diria que um dia iria se submeter a escravidão de um amor.
Corria atrás dele feito cão sem dono.
Quanto desamor.
Muitas vezes, cometia escândalos depois de beber duplas doses de uísque, e pranteava igual criança abandonada.
As amigas tentavam consolá-la, mas de nada adiantava, pois bêbada nem tinha noção do que ocorreria ao seu redor…
… Queria somente sentir o cheiro e peso de seu amor.
As lágrimas tentavam suprira a dor.
Depois de perceber que não tinha mais jeito foi se entendendo com a tristeza.
Acordava oca…
Acordava sem disposição alguma…
Nem se alimentava.
Calou-se no seu mundo tão impar.
O silêncio virou um escudo, seu escudo.
E, assim, se manteve por muitos anos.
A esperança é que Elisa encontre um novo amor, encontre uma razão para viver.
Que Elisa olhe ao redor, que respire profundamente e entenda – as perdas, também, fazem parte da vida, porém ela continua lá trancada no silêncio da solidão.

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