Vitrines Da Vida

Nada adianta

E não te esqueceu.
Sabe disso quando a saudade bate.
Sabe disso quando o tempo aumenta cada dia mais a distância.
Tantas coisas mudaram, mas seu amor continua o mesmo.
Se Felipe soubesse desse amor voltava pra ela.
Sozinha, no seu amplo apartamento, as lembranças invadiram a alma.
Deveria ter ficado em casa naquela noite de sexta-feira, casamento de uma grande amiga, não tivera como escapar.
Deparou-se com ele na entrada da igreja, estava tão elegante, pois fora um dos padrinhos.
Com cordialidade a cumprimentou, estampou um esplêndido sorriso.
Na recepção os olhos se encontravam mesmo sem querer.
O destino fora cruel.
Até o buquê fora parar em suas mãos, nesse momento Felipe sorriu e se aproximou.
“Será eu o contemplado?”
Um beijo fora inevitável.
Todos os dias se encontravam.
Descobriam todas as novidades do amor.
De fato estavam apaixonados.
Seguiam, juntos, a mesma estrada.
A cada amanhecer tudo se renovava, com um telefonema ou uma mensagem no celular dizendo – bom dia, meu amor! Eu te amo.
Tornou-se um ritual.
Dele, dela.
Hoje ela vive tão só. Nas curvas da vida tem as marcas dele.
O apocalipse veio num dia de plena tempestade.
“Me apaixonei por outra.” – foi um tiro no peito.
“Não posso te magoar, por isso estou partindo.”
Abraçou-a fortemente pela última vez.
Ela não disse nada, o que poderia dizer. Gritar, implorar para que ficasse ao seu lado, falar do seu sentimento já escancaradamente conhecido.
Quando o amor acaba se houver insistência haverá somente feridas abertas, nada mais.
Nada adianta.
Quantas vezes conteve a vontade de telefonar e dizer que “eu te amo!”
Quanto desespero. Somente quem amou sabe o quanto dói à perda de um amor.
Tudo perde a cor.
Não resta nada além da saudade, do cheiro, do sabor dos beijos, do calor do abraço, dos carinhos e carícias, ocorridos.

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