Vitrines Da Vida

Maligna companhia

Fazia as coisas sucessivamente conforme seus interesses.
E até para os sentimentos começara a agir assim.
Um belo homem. Pele clara, corpo sarado, tatuado no braço esquerdo.
Seu estilo moderno despertava desejo nas garotas e nos garotos também.
Um jogo de sedução gostoso demais.
Descaradamente se envolvia com uma e outra.
Escondido jogava com os rapazes sempre tentando levar vantagem.
Uma cerveja em troca de um toque.
Algo em torno de cem reais em troca de uma falsa hora de prazer.
Todas suas despesas pagas em troca de sua maligna companhia.
Muitos se submetiam a isso até de fato saber quem ele era.
Pessoa falsa.
Mentiroso.
Sem amor.
Sem motivo para viver.
Mas vivia suas ilusões defeituosas.
A fuga era a droga.
Primeiro a maconha – toda noite antes de cada toque.
Em pouco tempo o crack também passou a ser sua companhia.
O tempo foi cruel e passou depressa.
Levou sua juventude.
Levou sua beleza.
Levou seus sonhos.
Transformou suas ilusões em tristes e arrasadoras decepções.
A queda foi o resultado.
Ainda tinha algumas moças-mulheres sem amor e sem vergonha apaixonadas por ele.
A prisão hoje é seu lar.
Primeiro foi detido por porte de droga – enquadrou-se como usuário. Pobre usuário.
Em seguida foi detido por não pagar a pensão do filho que não quis assumir.
E vai ficar ali por um bom tempo, pois quando tinha liberdade seu dinheiro não dava sequer para se sustentar e comprar suas ilusões.
Vive sozinho colhendo o que plantou.

COMENTE

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.