Vitrines Da Vida

Foi a solução

Manter o amor por toda uma vida é algo incompreensível, não existe uma receita, poucos conseguiram essa proeza e os que alcançaram alegam ter transformado o amor, o relacionamento, o casamento em amizade, mas ninguém quer ser casado com um amigo. Em um casamento é necessário descobrir a medida certa da paixão para que ambos se sintam felizes.
O desejo é primordial. O desejo é um inimigo oculto. O desejo nos engana. O desejo nos assanha. O desejo nos faz perder o juízo e se submeter as mais loucas situações, fora do casamento, é claro.
Após esse fato dependendo da relação é trazida de volta a chama que se apagou.
Marisa tivera a certeza que encontrara o amor de sua vida.
E encontrou…
Apesar de tantos desenganos, apesar de algumas brigas e conflitos se amavam.
Ela é uma mulher segura, incluída na sociedade. Olhos cor de mel, cabelos médios de um castanho natural esplêndido, com quase um metro e oitenta, seu corpo é bem distribuído, belas pernas, admiráveis silhuetas, atraentes seios, sem silicone, uma face angelical, sua pele alva caia bem com qualquer traje elegante. E escolhia sempre os melhores estilistas, muitas vezes, quando tinha tempo, fazia uma viagem à Europa somente para inovar seu closet.
Foi numa noite de chuva forte que o conheceu, na ocasião parara em um fast-food, tomava um lanche enquanto esperava a chuva forte passar, ele fazia o mesmo.
Os olhares se encontravam mesmo sem querer. Audacioso caminhou até a mesa vizinha e puxou conversa, se apresentaram e papearam por mais de meia hora.
Um beijo foi inevitável.
Nos dias seguintes a saudade, o encanto e a paixão dominaram suas vidas.
Casaram-se um ano depois numa cerimônia restrita aos amigos – dela e dele.
A lua-de-mel foi mais que perfeita.
Fora desejo, fora paixão, fora tantas descobertas. Amaram-se nas manhãs, tardes e noites.
Amaram-se como se fosse a última vez. Recomeçavam tudo após alguns minutos de mais carinhos e mais carícias.
Agora, três anos depois a rotina vem batendo na porta desse matrimônio.
São poucos abraços, raros beijos, um desejo limitado a desculpas esfarrapadas, cansaço, dor de cabeça, quando se davam conta, acordavam na manhã seguinte sem ter se amado na noite fria que gelara a cada dia a cama do casal.
A traição foi inevitável. Foi a solução.
Ele a traiu primeiro, numa tarde qualquer, com alguém qualquer, sem importância, a qual nem se lembra do nome.
Marisa no ápice da carência também se envolvera em outros braços. Foi tão bom ter sentido prazer depois de tanto tempo.
A traição cometida por ambos ainda é um segredo que assombra suas almas. A consciência. O que não podem negar que esse fato tornara-se o agente causador do despertar de sua paixão, souberam o quanto se amavam. O quanto se queriam. E de como precisavam um do outro.
Por tantas semanas se amaram profundamente – como se fosse a primeira vez.
Os meses foram passando e desejo foi cessando outra vez, assim tipo sol no fim de tarde.
Aproximara a hora de colecionar mais um segredo.

 

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