Vitrines Da Vida

Esquinas das desilusões

O ser humano é uma máquina.
Uma máquina que precisa de manutenção sempre.
Porém a rotina diária não nos permite esse cuidado.
O corpo pede socorro.
O cérebro falha e muitas vezes nem percebemos.
“É o estresse” – falamos já por hábito.
Com aquele indigente foi assim.
Perdeu o rumo.
Perdeu a autoestima.
Perdeu a razão de viver.
Agora, vive nas ruas andando sem direção.
Tornou-se um trapo.
Trapo humano.
No lixo procura sua comida.
Para diante das pessoas tipo uma estátua e ali permanece por horas, inerte, fumando um cigarro, com seu amigo cão ao lado.
Há meses o observo.
Hoje o cão não está mais em sua companhia.
Fico a pensar “o que aconteceu com o cachorro?”
Ele continua perambulando pela cidade, debaixo do sol ou sob a chuva, anda sem parar.
Toma sua própria urina para matar a sede, assim sem receio, simplesmente para, coloca o copo descartável abaixo da virilha e a bebida desce sem vergonha.
No passado foi alguém saudável.
Pronto para viver a vida.
Mas viver a vida é tarefa árdua e nem todos são aprovados nisso.
Perdem o juízo com essas reprovações.
A sensação de não ser nada os invadem.
O não valer nada é uma introjeção dos acasos da vida.
Das esquinas da desilusão.

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