Vitrines Da Vida

Então é isso

Cada dia sentia um novo toque. Gostava que fosse assim, preferia.
Tudo era depressa.
Seu olhar dizia tudo.
Não podia ser considerada uma prostituta, porque prostituta cobra e ela fazia gratuitamente, por puro prazer.
Apenas seu parceiro chegava ao êxtase.
Ela sentia um prazer sem medida ao contemplar o gozo da caça.
Colecionava “as ficadas” diárias. Com vinte e poucos anos, já havia realizado quase mil homens.
Dayse desde a adolescência percebeu que sua beleza era excessiva demais.
Pele clara, cabelos ondulados até o ombro, coloridos de um tom chocolate, cor que fazia um belo par com seus olhos meigos e azuis.
Sua boca, perversa, os fazia imaginarem tantas coisas.
Era de todos…
Dilacerou corações.
Quantos pedidos de casamento.
Quantas declarações de amor.
Quantas lágrimas perdidas nos lenços da vida.
“E então é isso
como você disse que seria
A vida corre fácil pra mim
A maioria das vezes
E então é isso
A história mais curta
Sem amor, sem glória
Sem herói no céu dela
Não consigo tirar meus olhos de você”
Fixou nessas palavras enquanto o ato se consumia. Sentiu a pele quente e macia, a boca se entregou e beijou-o como nunca ocorrera.
Fazia amor e não sexo… mesmo sem querer.
Aquele homem lhe causou tantas sensações inéditas.
“E então é isso
Como você falou que deveria ser
Nós dois esqueceremos a brisa
A maioria das vezes
E então é isso
A água gelada
A filha do vento
A aluna rejeitada”
Ele partiu na mesma noite, quando mais queria que ficasse, assim como fizera com tantas pessoas, Dayse ficou ali, parada, deitada, sentindo-se usada, com um gosto de quero mais no corpo, na alma e no coração.
Alguns meses depois se casaram.
Dayse mudou o seu viver, percebeu que a vida murcha como as rosas, que o tempo desliza e leva todo passado.
Resta um vazio.

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