Vitrines Da Vida

É preciso aprender…

Tratava-se de uma mulher de temperamento difícil, talvez seja este o motivo que nem casamento arrumara.
Vivia sozinha no seu sobrado fazendo favores aos amigos e familiares.
Sem saber se mostrava uma pessoa amargosa, comodista, materialista e com uma pitada de inveja. Soberbos elementos!
Mas seu maior problema era mesmo o “seu ser”.
Idolatrava a pessoa se esta fizesse as coisas que a agradasse ao contrario abominava. Sentia até calafrios. E se escasseava numa depressão sem medida.
Ela tem que compreender que a vida é uma escola. Somos alunos e as matérias se resumem aos acontecimentos que nos deparamos dia a dia.
Errar é humano!
Quem já não errou?
Que atire a primeira pedra quem nunca errou…
Mas para ela “a certinha em tudo” a condenação ao errante era certa. A juíza imponderada, dando ao réu a condenação máxima.
Com imensa magoa no coração gerava uma energia deplorável ao seu redor. Lágrimas, um vazio – comparado a um precipício sem fim.
Ela tem que compreender tantas coisas que a fazem uma pessoa infeliz.
Aprender aceitar as perdas…
Aprender a perdoar…
Aprender a não julgar…
Aprender a encarar a situação de frente e não fugir tipo o diabo da cruz…
Aprender a confiar em si mesma…
Além disso, ela precisa saber superar.
Superar seu complexo de inferioridade… – trauma de infância. Falta de amor materno, paterno, fraterno. Falta de amor próprio.
Superar seus inúmeros medos…
Medo da vida…
Medo da morte…
Medo de errar…
Medo dos que erram.
Tantos medos…
O medo tem consumido seus sonhos nas noites frias de inverno e nos dias quentes de verão, impedindo-a de se aquecer e de enxergar o brilho do sol.
Medo de amar e ser amada.
Medo de se entregar sem pudores, sem receios!
É uma mulher reservada de beleza, privada de segurança, deve está a caminho da quarta década e os anos não lhe ensinou nada, ou simplesmente não quis aprender.
Ela prefere fechar os olhos. Tapar os ouvidos. Prefere acreditar no seu mundinho solitário e imperfeito, um mundo que a impede de saber que na vida não existe nada insuperável, nem mesmo as palavras e atitudes que não são nada do que quer.
Vivendo desse jeito, ou melhor, sobrevivendo desse jeito, vai se encolhendo na solidão de sua sala triste, seu coração dilatado, sua cama fria feito gelo e seus olhos mortos de infelicidade.
Ainda há tempo de ela mudar…
Nunca é tarde!

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