Vitrines Da Vida

E eu fico desse jeito

Torna-se fácil viver fazendo os outros de escudo.
E Pâmela mesmo sem querer acabava sempre sendo égide de alguém.
Abraçava os problemas alheios.
Para o covarde da vez era tudo que precisava – alguém para resolver seus dilemas, suas missões. Sem solução, sem saber dizer não lá ia a besta se desgastando e se consumindo.
Seu olhar pedia socorro.
Seu emocional estava falido.
Necessitava colocar um fim nisso.
Cuidar de sua vida.
Parar de viver a vida dos outros.
Tirar logo essas algemas.
Namorados, amigos, amigos do namorado, amigos dos amigos.
Tornara-se um inferno seu viver.
Afundava-se para desafogar alguém.
Sua bondade e seu jeito de lidar com as situações lhe gerou esse perfil – salvadora.
Mulher disposta.
Expressava-se bem.
Conduzia qualquer situação com inteligência, serenidade e parcimônia.
Seu modo seguro fazia aos covardes muito bem.
Todos queriam sua amizade.
Seu toque nas suas vidas.
Porém após muitos anos, ela se cansou.
Sentiu-se exausta.
Extremamente esgotada.
Esfalfada de todos.
Almejava ficar sozinha no silêncio da noite pensando em nada.
A escuridão lhe fazia bem.
A solidão era um analgésico quando perdia o chão, perdia as palavras.
“Prefiro a solidão às amizades interesseiras.”
Já pensara em tantas soluções.
Sua única certeza é que o coração já não bate tão feliz…
Como antes.

COMENTE

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.